
... como é engraçado, dizer que as coisas nunca acontecem por acaso...
Ontem a noite... fumando e apreciando o céu... onde despontavam algumas timidas estrelas estava pensando em cenas de um tempo não muito distante...
Cenas de um tempo onde as pessoas que conviviam comigo eram felizes... onde tinham o brilho nos olhos e não tinham medo de expressar o que realmente estavam sentindo uma pelas outras... Cenas de um cotidiano onde as pessoas olhavam uma nos olhos da outra e diziam: Eu Te Amo! Diziam porque sentiam... diziam porque demonstravam... mesmo que fosse num simples olhar... naquela epoca não era preciso dizer com palavras que nos amavamos... pois sabiamos que nos amavos simplesmente pelo fato de estarmos sempre um do lado do outro quando qualquer um precisasse... e mtas vezes não era preciso falar... porque tinhamos uma sensibilidade tão aguçada que nos fazia perceber quando o outro estava sofrendo...
Dias felizes passamos juntos... momentos de tristeza passamos juntos... Epoca onde davamos boas risadas juntos... onde tudo era motivo para palhaçada... para pegação de pé... onde um sabia o limite do outro... Onde tudo era festa... e os problemas se tornavam pequenos demais... época onde qualquer lugar era lugar... onde dinheiro não fazia a diferença... porque eramos uns fudidos... sem emprego... sem carinho da familia... sem outras amizades... mas tbm pra que tudo isso... dinheiro... familia... outras amizades... isso nada importava naquele momento... pois nos completavamos...
Tudo naquela epoca era verdadeiro... o carinho... o amor... o abraço... o beijo... o cheiro... o olhar... a amizade...
Onde foi parar tudo isso... por onde nossos caminhos nos levaram...
O que fizemos com nós mesmos???
Será que valeu a pena???
Será que foi a atitude correta???
Não sei... porem o que sei é que sinto saudades daquela epoca... sei que me doi sentir saudades de um tempo que não vai voltar...
Porem sei que tudo valeu a pena...
Sei que foi bom enquanto durou... que foi verdadeiro enquanto durou...
Mas lembrem-se... vc´s moram no meu coração... e lembrem-se... sinto saudades de dizer Amo Vc...
Porque na verdade nunca deixei de amar...
AMOR DE AMIGO
Durante um confronto bélico, um orfanato de missionários, numa aldeia vietnamita, foi atingido por várias bombas.
Os missionários e duas crianças morreram na hora e muitas ficaram feridas, inclusive uma menina de 8 anos.
Através do rádio de uma aldeia vizinha, os habitantes buscaram socorro dos americanos. Um médico da Marinha e uma enfermeira chegaram trazendo apenas maletas de primeiros socorros.
Perceberam logo que o caso mais grave era o da menina. Se não fossem tomadas providências imediatas, ela morreria por perda de sangue. Era urgente que se fizesse uma transfusão.
Saíram à procura de um doador com o mesmo tipo sangüíneo. Os americanos não tinham aquele tipo de sangue, mas muitos órfãos que não tinham sido feridos poderiam ser doadores.
O problema agora, era como pedir às crianças, já que o médico conhecia apenas algumas palavras em vietnamita e a enfermeira tinha poucas noções de francês.
Usando uma mistura das duas línguas e muita gesticulação, tentaram explicar aos assustados meninos que, se não recolocassem o sangue perdido, a menina morreria.
Então perguntaram se alguém queria doar sangue. A resposta foi um silêncio de olhos arregalados.
Finalmente, uma mão levantou-se timidamente, deixou-se cair e levantou de novo.
Ah, obrigada - disse a enfermeira em francês. - Como é o seu nome?
O garoto respondeu em voz baixa: Heng.
Deitaram Heng rapidamente na maca, esfregaram álcool em seu braço e espetaram a agulha na veia.
Durante esses procedimentos, Heng ficou calado e imóvel.
Passado um momento, deixou escapar um soluço e cobriu depressa o rosto com a mão livre.
Está doendo, Heng? - perguntou o médico. Heng abanou a cabeça, mas daí a pouco escapou outro soluço e mais uma vez tentou disfarçar.
O médico tornou a perguntar se doía, e ele abanou a cabeça outra vez, significando que não.
Mas os soluços ocasionais acabaram virando um choro declarado, silencioso, os olhos apertados, o punho na boca para estancar os soluços.
O médico e a enfermeira ficaram preocupados. Alguma coisa obviamente estava acontecendo.
Nesse instante, chegou uma enfermeira vietnamita, enviada para ajudar. Vendo a aflição do menino, falou com ele, ouviu a resposta, e tornou a falar com voz terna, acalmando-o.
Heng parou de chorar e olhou surpreso para a enfermeira vietnamita. Ela confirmou com a cabeça e uma expressão de alívio estampou-se no rosto do menino. Então ela disse aos americanos:
Ele achou que estava morrendo. Entendeu que vocês pediram para dar todo o sangue dele para a menina poder viver.
E por que ele concordou? Perguntou o médico.
A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta, e Heng respondeu simplesmente:
Ela é minha amiga.