segunda-feira, 28 de abril de 2008

Iansã, o raio que ilumina as trevas do ego!


Minha bela...

À ti neste dia peço que dê calma a tua filha... aquela a quem foi te cedida a cabeça para cuidar... dê a calma e paciencia à minha afilhada...

Querida madrinha... que a tua força seja medida... que as palavras proferidas por minha afilhada sejam milimetricamente pensadas...

À rogo para que ela não tenha a ira no seu coração...

Cuida e protege... assim como sei que estas no meu caminho me protegendo tbm minha bela...


Eparrei Iansã, Eparrei bela Oyá!


FERNADO SEPE
Vós surgiu, minha Mãe,Como uma tempestade.E nos seus olhos eu vi,A bela face da verdade.
Rainha de encantadores Jacutás,Senhora de todos os Congás.Chuva que acaricia o Ser,Ventania que traz o poder.
Ouço vossa voz melodiosa,E de minha alma mil canções florescem.Entre as brumas, percebo-te esplendorosa,Dançando entre estrelas que descem.
És a beleza da tormenta,E o brilho do anoitecer.És o raio que acalenta,E o fulgor do amanhecer.
És o som do trovão,E a Justiça de Xangô.És o amor em turbilhão,E o canto de Agô.
És a força da guerra,Que conduz ao campo da paz.div class=”MsoNormal”>És a semeadura da terra,Com os ventos que a semente traz.
És o caminho reto,Que a todos vigia.Vitória, contigo é certo,És a estrela que guia.
Sopro de luz e axé,Rainha de todo Orixá.Flecha veloz na mata de Odé,Menina dos olhos de Oxalá…
És o ritmo do barravento,Que ensina a dançar na guerra.És a fúria dos elementos,Que dissipam toda treva.
És a chama da coragem,Início, busca e determinação.És o começo da grande viagem,Pelos longos caminhos da evolução.
És a faísca que brilha no bambuzal,E o corisco que açoita o ego.És o sangue, a força vital,E a direção que conduz o cego.
És a espada que degola o vício,Guerreando ao lado de Ogum.És a linda canção que desabrocha,Dos lábios de papai Olorum.
És luta, suor e trabalho,Que enobrece o coração.És honra, força e amparo,No jardim da compaixão…
Por ti, Oh! Mãe, o raio estoura,E do alto até o embaixo,A voz de Xangô ecoa…
Luz que a Vida ampara,Em uma de suas faces vejo,O semblante de Santa Bárbara…
Vento que afasta os males,O seu uivo reverenciamos,Nas pedreiras e nos vales…
Ventarola que sopra no mar,É por ti que as ondas quebram,No reino de Iemanjá…
Almas santas, venham todas me valer!Toco o solo e te saúdo,Rainha do Balê…
Infinito é seu esplendor,E nem mesmo com mil versos,Cantaríamos todo seu valor…
Mãe Divina, em ti vejo o amor,E em seu cálice apanho,A mais tenra flor…
Eparrei Iansã, Eparrei bela Oyá!Nos guie, hoje e sempre,Pelas voltas que o mudo dá…


Fernando Sepe – 24 de novembro de 2006, inspirado pelo sopro de luz dessa Mãe…

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